Amor – 2012 – Arilson Favareto

FILME IMPERDÍVEL – AMOR: Se aquela “carroça de sentimentos liberais puxada a cavalo” que é o filme Intocáveis ganhou o Oscar (a expressão é tomada de empréstimo mas cabe), Amor, de Haneke (o mesmo diretor de A Fita Branca) deveria ganhar umaa baciada de estatuetas. Já ganhou a Palma de Ouro, que é mais importante. Um dos melhores filmes vistos na minha vida. Poderia se dizer que é um soco no estômago, um chute nas partes baixas, e seria verdade.  Mas é sobretudo uma das mais belas expressões de Humanismo. Lembra a delicadeza dos filmes do Bergman, lembra os mais angustiantes trechos de Camus. Absolutamente tudo no filme é ao mesmo tempo belo e triste, agudo e sensível. O filme trata do amor na decrepitude, do ocaso da vida. Na primeira cena o filme já anuncia o que ele é. E as duas horas que se seguem não ficam menos interessantes por isso. Ao contrário. Daria pra escrever um metro de texto sobre tantos detalhes (das metáforas reducionistas – no bom sentido do termo – do apartamento onde se passa todo o filme, ou das refeições do casal, do descolamento – agora no sentido negativo – da filha, da marcante atuação do ator/atriz principais, mas seria pouco). É literalmente de chorar (no meu caso começou com menos de dez minutos de filme). Recomendadíssimo. (Arilson Favareto)

Título: Amour

Tempo de duração: 127 min

Ano de lançamento: 2012 (França, Alemanha, Áustria)

Direção: Michael Haneke

 

Filme