Na Filosofia Clínica existem dois movimentos existenciais que, em minha opinião, são fundamentais para uma boa relação entre o filósofo clínico e o partilhante: a Inversão (quando me dirijo ao meu mundo) e a Recíproca de Inversão (quando vou em direção ao mundo do outro). No filme Ponto de Encontro, é possível visualizar esses movimentos, que ocorrem de modo informal. O documentário aborda pequenos trechos de vidas de lideranças do “Fórum de Famílias Enlutadas”, formado por palestinos e israelenses que tiveram entes queridos mortos no conflito israel-palestino. 500 famílias em busca da paz entre os povos. É a tentativa do diálogo, do ver o outro, seu mundo, suas perdas; é o falar e o escutar, é ir além do encontro físico em si, como nos diz Maira Lande: “Falar para ser escutado, falar para mais falar, para mais escutar, para melhor falar, para se deslocar, para sair do lugar fixo, rígido, para dinamizar, para trocar de lugar, para se deixar penetrar pelo lugar do outro, para se humanizar, para se espiritualizar”.
Ficha Técnica
Título Original: Encounter Point
Direção: Ronit Avni, Julia Bacha
Roteiro: Julia Bacha
Origem: EUA – 2006
Duração: 85 minutos
Trailer (inglês)
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